quarta-feira, 6 de março de 2013

Facadas Cotidianas



Já sentiu alguma facada no seu coração? Não, não digo na forma prática de uma faca atravessar seu peito, deve ser uma experiência muito desagradável da qual eu não tenho nenhuma vontade de experimentar. Digo da facada emocional, daquela que você leva quando... Não, vamos contar isso direito.
Já passava das quatro da tarde quando entrei na minha lanchonete preferida depois de um dia cheio de escola e trabalho. Tinha acabado de sair da casa de uma amiga depois de um relatório escolar de física cheio de discussões. Meus pais passaram lá para me buscar, e antes de atravessarmos o túnel que indicaria que minha casa estava próxima pedi que fossemos à lanchonete do Memorial.
Eu sei que parece estranho, mas existe um cemitério vertical na minha cidade que me passa mais tranquilidade do que uma caminhada durante a noite na orla da praia. Não sei se são os mortos que fazem o clima ser tranquilizante e aconchegante ( isso soa muito anormal??) ou se é o aspecto do prédio luxuoso que faz esse trabalho. 
Bem, a lanchonete é branca com portas de vidro, funciona 24 horas e possui em seu interior no final uma parede de vidro que nos separa de um gracioso lago cheio de cisnes. Ok, eu realmente gosto daquele lugar e da música do Imagine Dragons - Radioactive que está passando na Vh1 neste momento. Mas não é sobre o clima confortável, os mortos, a música do Imagine Dragons, os cisnes e muito menos o pão de queijo delicioso desse local os protagonistas dessa facada.
Sabe quando você tá ali aproveitando sua comida, pouco se lixando pro estresse do seu pai e o ciúme da sua mãe pela garçonete,  somente vendo e ouvindo o maravilhoso Imagine Dragons e você sem qualquer intenção proposital olha para o lado por alguns instantes - e suficiente instantes -, justamente para o local certeiro e específico da facada?  
O motivo da facada era o garoto mais lindo que eu já havia visto em todos os meus anos de vida. Pudera também. Alto, ombros largos ( ótimos para aqueles abraços que te tampam inteira), All Star, bermudão bege, uma camisa Viv L'eroá branca e o rosto, o rosto! Cabelo cacheado castanho claro, óculos de grau, piercing preto de argola no nariz, um sorriso de tirar o fôlego e uma tatuagem acima do cotovelo escrito NoWar. Ele era o protagonista perfeito que sempre entra em um triângulo amoroso na Malhação. E mais uma vez a facada, assim que ele passa pela porta de vidro da lanchonete acompanhado de um casal com flores na mão e varre o local com os olhos verde/azuis(!?) e me encontra tão nervosa quanto um peru em uma véspera de Natal.
Como o destino pode colocar em minha frente o cara perfeito para ocupar o segundo monitor nos chats da madrugada e a cadeira do lado nos cinemas de sextas-feira em um ambiente onde meus pais estão presentes? Não que se eles não estivessem ali eu faria alguma coisa. É bem provável que já tivesse pedido minha conta e ido embora, só para não ter que sentir a dor e a timidez e a vontade e o desejo que me escampam agora. 
Ele pediu com um sorriso tão bonito um pão de queijo para a garçonete que pela primeira vez senti um ciúmes por ela, talvez tão grande quanto o que minha mãe sentia. Pela primeira vez senti vontade de ser garçonete.
Meus olhos perderam o foco do alvo onde eles realmente deveriam estar. Eu só queria poder arrumar uma desculpa pra falar, pra me fazer notar.
Por fim, eu tive que ir embora, mas sem antes pegar uma Pepsi na geladeira. Inacreditável ou não, a Pepsi estava fora do meu alcance.
- Você não quer que eu te ajude? - e a primeiro momento eu fiquei chocada com o reflexo na porta da geladeira de vidro dos refrigerantes. Era ele, o garoto da facada, o garoto que me deu uma facada tão grande no coração e remexeu meu estômago com o sorriso mais lindo que já havia visto.
Pois é, eu só queria receber muitas dessas facadas emocionais durante o dia.

- Claro, é a Pepsi - e dei espaço para ele passar.






terça-feira, 5 de março de 2013

1# - Imagem da semana


O Símbolo Perdido - Dan Brown ( Com certeza o próximo livro de minha lista de livros que necessito ler. Alías, encontrei disponibilizado em formato pdf )


Não quero transformar o blog em algo como um perfil de facebook ou instagram com uma porção de fotos simplesmente compartilhadas. Mas uma vez por semana vou postar algo que tenha a ver com o Turno Zero Hora, seja em formato de fotografia ou um grafite simbólico.