segunda-feira, 8 de julho de 2013

Não é impossível



Se lembra da primeira vez? Eu não sabia contar estrelas com tanta atenção como você. Você me disse que a mais distante, bem do lado da copa daquela árvore era sua preferida. Eu nunca gravei nome de estrelas, elas nunca me emocionaram tanto assim, mas eu disse que ela parecia com seus olhos e depois te apelidei de Polar.
Nunca fomos muito inocentes em nada, sabíamos todas as regras, mas nosso prazer era quebrar todas elas. Era divertido estar com você, rir com você, gritar com você. A gente nunca se levava muito a sério quando estávamos juntos, e eu amava isso.
Sempre te contei segredos meus, e sempre obriguei que você me contasse os seus. A gente andava por aquela rampa correndo, e fugíamos do seu irmão pra ir assistir o nascer do sol na nossa praia. Ainda se lembra dela? Era a piscina com cascata do vizinho, daquele que a gente pulava o muro de vez em quando.
A gente nunca se levava muito a sério quando estávamos juntos, e eu amava isso.
Você ria quando eu ficava sem graça com as suas perguntas idiotas, e eu ria quando você tropeçava nos seus pés pequenos demais pro seu um metro e noventa. 
A gente se gostava, e gostava de se gostar. E entre nossos gostos a gente ia se levando, entre a nossa vida complicada, nosso amor era o refúgio. Mas ninguém nunca disse que ser feliz é impossível.
Ainda gosto de lembrar da época que a gente se fazia um, nas nossas risadas e nos nossos gostos. É ainda hoje tão impossível descrever meus sentimentos quando eu estava do seu lado. É impossível descrever como o ruim do seu lado se tornava agradável.
Você se foi, como não existe promessas de nada ser para sempre. Um dia li em algum lugar que algumas pessoas entram em nossas vidas para bagunçar tudo que existe nela e fazer a gente enxergar tudo com menos rigidez, e depois essas pessoas vão embora, talvez para encontrar outras pessoas que possam amenizar seus próprios erros.
Talvez o amor seja isso mesmo, o único capaz de mudar algo de errado na gente.


O cara certo.



Você não precisa se preocupar com a chegada dele, porque independentemente do seu consenso ele vai chegar. E quando ele chegar talvez você nem queira mais. Talvez você já se sinta bem consigo mesma e ache bom de mais a sua companhia para dividi-la. Mas ele vai chegar. Talvez daqui a algumas horas, alguns dias, ou semanas, ou anos, mas ele vai chegar.
Não, esse cara que não enxerga o seu amor e que gosta de outra pessoa não é o cara certo pra você, ele pode ser o mais perfeito do universo, mas ele ainda não é o cara certo pra você.
O seu cara certo pode ser o mais errado do mundo e pode cruzar com você em uma calçada, sentar do seu lado no ônibus, ou te pedir uma informação no meio da rua. Pode ser que use jeans rasgado e uma blusa do Led Zeppelin. Pode ser que ele já tenha queimado o pôster do grande amor da sua vida, ou pode ser que já tenha sofrido com a morte de seu ídolo. Você não pode saber quando ele vai chegar, ou mesmo se ele já está na trama da sua vida. Você não pode saber essas coisas.
Ter sorte no amor não vai depender de você, muito menos de mim. O amor depende daquele cujo nome é destino, que conhece o caminho de todo mundo, mas que desanima muito gente. Dê oportunidade para o amor, porque quem não compra o bilhete da mega sena não pode ficar esperando que seu nome esteja na listagem dos vencedores, mas até aqueles que não compram bilhetes podem encontrar um premiado na rua, então, isso prova que o que é nosso vem de graça.
Mas como sorte e destino é um negócio complicado, eu vou continuar comprando meus bilhetes premiados, talvez na listagem o meu nome apareça, junto com mais algum que não comece com a letra T, mas com Y,X ou Z.