terça-feira, 25 de dezembro de 2012

A Lei do Arriscar





Natal, tempo de pensar em uma forma de renascimento interno. De começar a refletir sobre aquilo que você era no começo do ano e no que você foi capaz de mudar durante os 365 dias seguintes. E quantas vezes eu não fui capaz de chorar, de gritar, de sangrar por dentro por causa de um grande amor? Meus amores distantes e desconhecidos, claro, dado o significativo conhecimento de que eu sempre tentei me esconder atrás de minha timidez, colocando -me a admirar amores do qual eu nem tentaria descobrir se, por acaso, que sabe, não nutriam um amor parecido, ou seja lá, teriam virado seus olhos algumas vezes enquanto eu passava. Eu esperava sempre o primeiro passo, claro, o deles, e de tanto esperar que o tempo resolvesse, agora eles estão aí, em algum canto do mundo, vivendo suas paixões, onde com certeza, tiveram que ter sido juntos, corajosos ao ponto de decidir logo dar o primeiro passo em direção a tudo, não só o que se aplica a uma vida afetiva. Com certeza levaram inúmeras patadas, riram de suas cantadas e possuem lembranças daqueles passos que levaram a uma situação desastrosa. Mas o importante é que eles deram, eles sofreram, choraram e sangraram, mas não se intimidaram diante do medo, medo que tapa a gente e faz- nos esquecer que essa vida é muito curta, e nada pode ficar inteiramente pro outro dia, pra outra vida.
 O importante é viver, arriscar, momentos são tão curtos que minhas palavras do começo do texto já se tornaram passado. Eu ainda não consegui agir conforme o que penso, mas quem sabe, assim juntos, não partimos pro ataque, pra vida, quem sabe, começar a entender que somos burros, mas temos alguma inteligência que por pequenina que seja nos chama de volta.
Bem, faltam somente 5 dias pra um novo ano, mais 365 dias seguintes. Quem sabe até lá eu já não tenha refletido o bastante pra chutar a poeira e recomeçar.
Aliás, todas as manhãs ao por do sol deveríamos recomeçar.

Nanda Fernandes

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Certo dia...

Um dia o Jorge me disse que Hearts Skips a Beat é uma música que nos faz sentir uma sensação gostosa. Eu também queria sentir essa sensação. Eu gostaria de me entregar, de me sentir livida e em paz todos os dias que boto meus pés fora da cama. Talvez eu esteja botando os esquerdos em vez do direito, porque todos os dias sem fim eu sinto que eu nasci no tempo errado, que eu vivo no sem sentido, no infuturo, no que não me faz permanecer no chão.  Eu queria ser presente, onipotente, permanente, existente. Mas é como se cada dia ao amanhecer eu tivesse entrado mais fundo nessa porta da minha mente que me faz observar o mundo com uma nebulosidade crescente. Eu vou morrer um dia, mas acho que já to morta. Como faço pra voltar, pra empurrar essa porta que tanto quer me entregar, como faço pra brilhar na minha própria permanencia? Como faço pra me sentir importante, útil, sem demência, autora dos meus próprios passos? Eu quero fugir, eu quero sumir, eu quero chorar, eu quero sorrir, eu quero pisar os passos que vão me tornar eterna na mente dos meus. Eu quero ser mais do que isso, eu quero ser eterna, eu quero ser viva, e mais um milhão de queros. Mas como se quando eu me enxergo no espelho eu tenho pena de mim? Eu tenho pena da criança risonha e razoavelmente feliz que se tornou um poço de injúrias quando crescida? Não tenho vontade de ser aquela garotinha novamente. Só tenho vontade de encontrar dentro de mim o caminho que faça voltar pra personalidade e a graça daquela garotinha, daquela sim que enxergava a vida com os brilhos de uma aventureira. Que diante das dificuldade permanecia com o sorriso de criança estampado. Eu roubei esses brilhos de mim, eu apaguei essas velas no meu coração. Eu só quero encontrar o caminho pra acende-las de novo e encontar quem eu sou. Pelo menos agora eu dei o primeiro passo pra minha mudança. Peraí Jorge, como é mesmo o nome daquela música?

Nanda Fernandes