terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Certo dia...

Um dia o Jorge me disse que Hearts Skips a Beat é uma música que nos faz sentir uma sensação gostosa. Eu também queria sentir essa sensação. Eu gostaria de me entregar, de me sentir livida e em paz todos os dias que boto meus pés fora da cama. Talvez eu esteja botando os esquerdos em vez do direito, porque todos os dias sem fim eu sinto que eu nasci no tempo errado, que eu vivo no sem sentido, no infuturo, no que não me faz permanecer no chão.  Eu queria ser presente, onipotente, permanente, existente. Mas é como se cada dia ao amanhecer eu tivesse entrado mais fundo nessa porta da minha mente que me faz observar o mundo com uma nebulosidade crescente. Eu vou morrer um dia, mas acho que já to morta. Como faço pra voltar, pra empurrar essa porta que tanto quer me entregar, como faço pra brilhar na minha própria permanencia? Como faço pra me sentir importante, útil, sem demência, autora dos meus próprios passos? Eu quero fugir, eu quero sumir, eu quero chorar, eu quero sorrir, eu quero pisar os passos que vão me tornar eterna na mente dos meus. Eu quero ser mais do que isso, eu quero ser eterna, eu quero ser viva, e mais um milhão de queros. Mas como se quando eu me enxergo no espelho eu tenho pena de mim? Eu tenho pena da criança risonha e razoavelmente feliz que se tornou um poço de injúrias quando crescida? Não tenho vontade de ser aquela garotinha novamente. Só tenho vontade de encontrar dentro de mim o caminho que faça voltar pra personalidade e a graça daquela garotinha, daquela sim que enxergava a vida com os brilhos de uma aventureira. Que diante das dificuldade permanecia com o sorriso de criança estampado. Eu roubei esses brilhos de mim, eu apaguei essas velas no meu coração. Eu só quero encontrar o caminho pra acende-las de novo e encontar quem eu sou. Pelo menos agora eu dei o primeiro passo pra minha mudança. Peraí Jorge, como é mesmo o nome daquela música?

Nanda Fernandes

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